Martin Birch, o produtor musical que trabalhou com mais de vários grupos lendários do rock, morreu , 9 de agosto de 2020, aos 71 anos, deiando um legado de inúmeros discos produzidos em bandas clássicas como Deep Purple Rainbow, Black Sabbath e mais notavelmente Iron Maiden em dez de seus álbuns.

A habilidade especial de Martin Birch era permitir que uma banda fosse ela mesma enquanto conseguia performances individuais espetaculares. Ele então capturou tudo para a posteridade.

Na divertida autobiografia do vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson, What Does This Button Do? (HarperCollins, 2017), Dickinson conta algumas ótimas histórias sobre por que Birch era tão valioso dentro e fora do estúdio.

Aqui está Dickinson falando sobre a gravação de sua estreia em 1982 com o Iron Maiden, The Number of the Beast :

Ter um apelido atribuído pela gerência era uma prática padrão. Até os nomes dos tripulantes eram intercalados com epítetos indesejados. Nosso produtor, Martin Birch, comparecia aos ensaios em seu Range Rover, com palha presa nas botas. Assim, seu crédito em O Número da Besta é: Martin ‘Farmer’ Birch. Na verdade, tudo era inofensivo e demorou alguns anos até que se tornasse cansativo.

Antes do início das sessões formais de gravação com Birch, as músicas foram gravadas em um gravador boom box básico:


Martin Birch apareceu bem no final, por um dia. Ele ouviu as músicas. Ele não fez nenhum comentário, apenas pareceu pensativo e prestou atenção neles. Muito mais tarde, Martin e eu tomamos algumas cervejas e ele revelou sua filosofia de produção.

“Existem dois tipos de produtores”, disse ele. ‘Um tipo pensa que o disco é dele, e ele vai fazer um disco de sucesso que vai vender uma porrada e todo mundo vai dizer que ele é um grande produtor.Ele tomou um gole de cerveja e olhou ao redor do bar com desdém. ‘E há produtores que são apenas um espelho. Nós refletimos o artista da melhor maneira para deixar sua mensagem, seu som, passar.’

– E se a banda for uma merda?
– Eu não faço bandas de merda.

Bruce pensou em seu catálogo. In Rock e Made in Japan do Deep Purple, Heaven and Hell do Black Sabbath, Blue Oyster Cult e algumas pequenas surpresas: Leo Sayer, Jimi Hendrix e Wayne County and the Electric Chairs. Ele poderia aprender muito com Birch.

Então chegou a hora de cantar
…Quando chegou a hora de cantar para o Sr. Birch, foi uma mistura de curiosidade e frustração. A frustração nasceu da tática de Martin de me fazer esperar; a curiosidade era descobrir o que ele poderia me ensinar. Esse era um cara que tinha algumas das melhores vozes e algumas das melhores performances vocais sob seu comando.

Eu queria me concentrar nos vocais, para aproveitar a glória. Martin não estava interessado nessas bugigangas e, da maneira mais gentil e educada, me ensinou a não considerar as coisas como garantidas.

Considere a sequência de abertura de The Number of the Beast. Antes do grito de gelar o sangue à la ‘Won’ Get Fooled Again’, do The Who, há uma introdução quase sussurrada que se transforma no grito climático. Não é muito alto e é fisicamente pouco exigente. Bruce achou que poderia acabar com isso em algumas tomadas e passar a ser barulhento e bombástico.

Martin, Steve e Bruce passaram o dia e a noite inteira nas duas primeiras linhas. Repetidamente até Bruce ficar tão cansado que jogou móveis contra as paredes, frustrado, arrancando grandes pedaços do gesso úmido da cozinha inacabada.

Fizeram uma pausa de duas horas. Bruce sentou com uma caneca de café de cara fechada. Martin estava positivamente alegre.

— Não é tão fácil, hein? ele sorriu. ‘Ronnie Dio teve o mesmo problema em “Heaven and Hell”.’

A cabeça de Bruce doía, seus olhos também – e começaram a prestar muita atenção.

‘Tipo, como?’

“Bem, ele veio com a mesma atitude que você. Vamos acabar com isso. E eu disse a ele: “Não. Você tem que resumir toda a sua vida na primeira linha. Ainda não ouvi.

Claro, Bruce conhecia a música, sua abertura.

“Toda a sua vida está nessa linha”, disse Martin. ‘Sua identidade como cantor.’

Vagamente, Bruce começou a notar a diferença entre cantar uma frase e vivê-la. Deu uma volta pelo resto do estúdio que estava mortalmente silencioso, sem músicos por perto.

A bateria silenciosa, as guitarras espalhadas e o leve odor de poeira assando nas válvulas que ainda estavam ligadas nos amplificadores.

Eu deixei sozinho, minha mente estava em branco. Eu precisava de tempo para pensar para tirar as lembranças da minha mente.

O resultado? Este aqui!

Aroldo Antonio Glomb Junior é jornalista e Athleticano.

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